terça-feira, 11 de junho de 2013

Eu estava doente e nem ao menos sabia disso

- Que escândalo você está fazendo. - Disse ele tão calmo. O que me deixou extremamente irritada.

- Cala essa tua boca, você é um idiota! - Bati no seu peito umas três vezes até me acalmar.

Ele me abraçou e ficou um tempo quieto olhando para o chão.

- Não é tão fácil assim...

- O que não é fácil? Ser meu amigo? - interrompi ainda irritada.

- Calma. Deixe-me terminar - ele fez uma pausa. - Você acha que, para um garoto, é fácil fazer aquilo e depois encarar de frente? Você é minha melhor amiga, ou era. Eu estou envergonhado, eu me humilhei na sua frente. Não sou digno da sua preocupação por mim ou algo assim.

- Deixa de ser tão tolo! - gritei. - Você é a pessoa mais querida que eu conheço. A mais digna de respeito, não só meu, da humanidade inteira. Você é estudioso, educado, confiável, fiel e todas as outras coisas boas que existem no mundo. Aquilo foi um momento de fraqueza. E você é um ser humano. Todo ser humano que preze ser um, erra.

- Eu te amo. - ele me abraçou tão forte e tão desesperado que até me sufocou.

No mesmo momento tocou a campainha. Pela voz, supus que fosse o meu pai. E era. Ele entrou no quarto e não disse uma palavra. Apenas me pegou no colo e foi saindo da casa do Lucas. Na porta disse:

- Agradeço aos cuidados. Mas você é inútil guri! Nem ao menos me avisou que ela havia desmaiado. Preciso levá-la para o hospital agora.

- Eu vou junto. - ele pegou suas chaves, celular e sua carteira como sempre.

- Não, você não vai.

Eu só consegui ver ele parado na porta me olhando. Muito indignado.

Chegamos ao hospital.
Não consegui prestar muita atenção no que eles conversaram pois ainda estava meio tonta. Levaram-me de cadeira de rodas até um quarto e então soube que precisava fazer alguns exames, depois adormeci. 

Quando acordei estava no mesmo quarto. No meu lado havia um médico conversando com o meu pai. Pelo o jeito parecia grave, já que o meu pai  fez uma expressão de preocupado e assustado.
Eu os ouvi conversar:

- Ela tem anemia. É uma doença grave se não for tratada imediatamente. Pelo visto sua alimentação está bem ruim. Vou lhes recomendar um nutricionista para que ela ganhe uma dieta que deverá seguir rigorosamente. Senão, ela poderá ter grandes problemas posteriormente.

- Sim, doutor.

O médico saiu do quarto e finalmente meu pai notou que eu estava acordada. Veio até mim e me recomendou:

- Por agora, descanse. À noite vamos para casa e eu te explico tudo. Sentou do meu lado e ficou olhando para as mãos à procura de algo que o fizesse se acalmar depois do susto.

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