segunda-feira, 10 de junho de 2013

Um garoto estava carregando-a


POR LUCAS:

Precisei me sentar, já tinha andado mais de 1 km. Sentei em um banco que tinha perto da minha casa e fiquei lá. Olhava para os lados com alguma esperança de encontra-la. Ali perto tinha uma praça e estranhei um amontoado de gente àquela hora por ali. Cheguei perto para ver o que era porque sou um ser humano e humanos são curiosos. Eu não pude acreditar no que eu via. Um garoto um pouco mais alto que eu estava carregando uma garota até um banco. E a garota era a Ísis. Corri até eles empurrando as pessoas sem ao menos pedir licença.

- Ísis!

- Você a conhece? - perguntou o menino que ainda a segurava no colo.

- Sim, ela é - hesitei por um instante - minha melhor amiga.

Peguei a Ísis no colo. Agradeci ao garoto e a levei para a minha casa. Meu coração se acomodou. Liguei para seu pai e disse que ela poderia dormir aqui hoje e que cuidaria direitinho dela. Ele aceitou meio indiferente e desligou mais calmo. Deitei-a na minha cama e fui pegar um copo de água. Coloquei do seu lado e fiquei sentado lá esperando que acordasse.

POR ÍSIS:

Acordei ainda meio tonta. Olhei para os lados e para cima e pude confirmar que não estava no meu quarto. Do meu lado estava o Lucas, só com a cabeça encostada na cama e completamente adormecido. Sentei na cama e tentei me lembrar do porquê de estar ali. Eu havia desmaiado. Eu já sabia como era o processo de um desmaio. Já tinha desmaiado umas três vezes antes dessa.
Lucas estava acordando lentamente e fiquei observando-o.

- Bom dia? - disse eu.

Ele levantou a cabeça bruscamente e me pareceu meio tonto por esse feito. Quando se recuperou, gritou:

- Ísis! Você acordou!

- Se eu não estou acordada, eu não sei o que estou fazendo.

Ele me abraçou desesperado.

- Você não sabe como todos estavam preocupados.

- Todos quem?

- Eu, seu pai e seu irmão sua tonta.

- Ah, imaginei.

- Isso não importa agora. Como você se sente? - ele falou rápido.

- Normal. Como sempre.

- Que bom... Onde você estava indo?

Fiquei em silêncio, eu não queria responder.

- Ísis? Não me diga que você estava vindo pra cá.

- Sim.

- Sim o quê? Você queria o que aqui?

- Você estava estranho comigo ontem no recreio. Não me esperou no portão e quando o achei estava com algumas pessoas que nunca tinha te visto junto... Depois você ainda me ignorou. - falei gritando e quase chorando, tirando a parte que estava tropeçando as palavras uma nas outras.

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