POR LUCAS:
Precisei me sentar, já tinha andado mais de 1 km. Sentei em um
banco que tinha perto da minha casa e fiquei lá. Olhava para os lados com
alguma esperança de encontra-la. Ali perto tinha uma praça e estranhei um
amontoado de gente àquela hora por ali. Cheguei perto para ver o que era porque
sou um ser humano e humanos são curiosos. Eu não pude acreditar no que eu via.
Um garoto um pouco mais alto que eu estava carregando uma garota até um banco.
E a garota era a Ísis. Corri até eles empurrando as pessoas sem ao menos pedir
licença.
- Ísis!
- Você a conhece? - perguntou o menino que ainda a segurava no
colo.
- Sim, ela é - hesitei por um instante - minha melhor amiga.
Peguei a Ísis no colo. Agradeci ao garoto e a levei para a minha
casa. Meu coração se acomodou. Liguei para seu pai e disse que ela poderia
dormir aqui hoje e que cuidaria direitinho dela. Ele aceitou meio indiferente e
desligou mais calmo. Deitei-a na minha cama e fui pegar um copo de água.
Coloquei do seu lado e fiquei sentado lá esperando que acordasse.
POR ÍSIS:
Acordei ainda meio tonta. Olhei para os lados e para cima e pude
confirmar que não estava no meu quarto. Do meu lado estava o Lucas, só com a
cabeça encostada na cama e completamente adormecido. Sentei na cama e tentei me
lembrar do porquê de estar ali. Eu havia desmaiado. Eu já sabia como era o
processo de um desmaio. Já tinha desmaiado umas três vezes antes dessa.
Lucas estava acordando lentamente e fiquei observando-o.
- Bom dia? - disse eu.
Ele levantou a cabeça bruscamente e me pareceu meio tonto por esse
feito. Quando se recuperou, gritou:
- Ísis! Você acordou!
- Se eu não estou acordada, eu não sei o que estou fazendo.
Ele me abraçou desesperado.
- Você não sabe como todos estavam preocupados.
- Todos quem?
- Eu, seu pai e seu irmão sua tonta.
- Ah, imaginei.
- Isso não importa agora. Como você se sente? - ele falou rápido.
- Normal. Como sempre.
- Que bom... Onde você estava indo?
Fiquei em silêncio, eu não queria responder.
- Ísis? Não me diga que você estava vindo pra cá.
- Sim.
- Sim o quê? Você queria o que aqui?
- Você estava estranho comigo ontem no recreio. Não me esperou no
portão e quando o achei estava com algumas pessoas que nunca tinha te visto
junto... Depois você ainda me ignorou. - falei gritando e quase chorando,
tirando a parte que estava tropeçando as palavras uma nas outras.
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