quinta-feira, 6 de junho de 2013

Um trabalho esquecido


É amigo, já é segunda. Enfim, lá estava eu, atrasada de novo. Dessa vez escapei daquele monstro da vice-diretora, ela devia estar em  algum tipo de reunião. Cheguei na sala de aula e ninguém além do Yuri me notou. Sorte level máximo hoje. Mas claro, sempre tem algo para estragar. Sentei no meu lugar ao lado da janela e a garota fofa me ignorou como sempre. Passaram-me um bilhete.
"Eaí Ísis. O trabalho é pra amanhã, pode vir lá em casa hoje?"
Puta que pariu, me esqueci do trabalho. Mandei um "ok" de volta e fiquei tentando lembrar o que era o assunto do trabalho. Mas vocês não vão acreditar, está para piorar. Bate para o recreio, desço as escadas, mas o Lucas não está me esperando. Vou a procura dele porque, de qualquer forma, não ia ter nada pra fazer. Eu o encontrei em um grupinho de populares rindo e contando histórias. Ele me viu e ignorou. Acabou com o meu dia. Fui para o lugar mais calmo da escola que é atrás do prédio antigo. E fiquei lá. Bateu para o quarto período, o quinto e eu fiquei lá sentada. Fiquei até quando bateu para o final da aula. Apareceu o Yuri que estava à minha procura e ele se sentou do meu lado.

- O que houve Ísis?

- Nada. Não importa.

- Precisa importar, pra você cabular dois períodos.

- Não se importa se eu não falar?

Ele ficou quieto e me abraçou. Foi um abraço caridoso, ele realmente se importava. Ficou quieto do meu lado até a hora de eu me levantar e ainda me levou até em casa.

- Até depois.

- Que horas?

- Às três.

- Ta, até.

Deitei na cama sem almoçar e fiquei até às duas e meia. Me vesti de qualquer jeito e fui pra casa do Yuri. Estava acabada. O Lucas, o único que fala comigo e que me apoia, me ignorou mesmo depois do que houve sábado.

Tinha chegado na casa do Yuri. Ele me recebeu educadamente e me levou até a sala de estar. Juntamos nossas coisas e nos sentamos em volta da mesinha de centro que havia ali. O trabalho vai ficar realmente bom. Ele me pareceu, de primeira vista, aqueles trouxas que não fazem nada além de cantar as garotas oferecidas (mas conhecidas como as vadias da escola). Colocamos algumas observações e conclusões. A capa foi ele quem desenhou (o trabalho era sobre as pirâmides egípcias).

- Está muito bom, o melhor trabalho que eu já fiz até agora! Obrigado Ísis. - falou ele com brilho nos olhos admirando o trabalho. 

- Você fez a maior parte. Então não me agradeça. - fui sincera.

- Se não fosse por você eu nem ao menos pesquisaria o conteúdo para o trabalho.

- Eu não sou a culpada do trabalho ter ficado tão bem feito.

- O que tu tem? - ele mudou de assunto de repente.

- Eu já te disse que não quero falar, é coisa idiota, é algo pessoal.

- Mas você está tão desanimada.

- Está tudo bem.

- Não está. Eu posso fazer alguma coisa pra que você fica melhor? Pelo ou menos...

- Pode.

- O quê?

- Você usa toda essa tralha para chamar atenção não é?

- Bem, não. Eu uso porque eu acho legal.

- Eu sei que não. Faça algo por você, use o que você estiver afim, o que seu humor mandar.

- Esse é o meu humor.

- Sim, seu humor é se vestir para impressionar garotas e ficar com todas elas. Tudo para ter fama de pegador.

- É... - ele falou de cabeça baixa, talvez repensando suas atitudes.

- Então, você pode fazer isso por mim? Mostrar quem você é no seu estilo de se vestir? 

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