sexta-feira, 24 de maio de 2013

Meu irmão inútil

Fui para casa com o Luc e ele, como sempre foi tagarela, estava me contando seus planos para o futuro.

- Eu queria ter uma esposa que me entendesse. Que por mais irritante eu fosse, ela me aceitasse e se rendesse à fazer coisas que não gosta por mim. Eu iria fazer o mesmo por ela e ainda mais. E você Ísi? Como gostaria que fosse seu marido?

- Eu só queria que ele me amasse. Que nunca me deixasse sozinha.

- Só isso? Você não quer nada específico? Nem fisicamente? 

- Não. Eu gosto das pessoas do jeito que elas são.

- Eu realmente te admiro.

- É? Porque eu mereço ser admirada por ti?

Ele hesitou por um momento

- Caramba, tive uma prova bem difícil hoje! 

- Me diz! Não mude de assunto, ô criatura!

- Dizer o que? 

- Sobre você me admirar. - falei com raiva.

Ele pegou minha cabeça e fez cascudo no meu cabelo deixando ele pior que já estava.

- Chato.

- E você é o que? Um amor de pessoa?

- Eu sou a amiga mais linda e maravilhosa que alguém podia ter. - joguei o cabelo para o lado só pra zoar com a cara dele.

-Claro que é. - Ele falou com uma voz irônica

Chegamos em casa rindo. E o Eósforos nos olhou como se fossemos retardados. O que não somos.

-Hey Eós, virou cozinheiro? - disse Lucas.

- Ah, vá cagar. Estou aqui pra mostrar o quão sou bom em tudo que eu quiser fazer... E o que eu não quiser também.

- Sei bro. - a tão conhecida voz irônica do Luc aparece de novo.

Sentamos no sofá e ficamos jogando video-game. Até a hora que o meu irmão nos chamou. E como se não fosse óbvio nós íamos comer batata frita com tomate para acompanhar. Quase bati no meu irmão, eu podia estar no shopping comendo uma ala minuta muito melhor que essa coisa que ele preparou. Se não bastasse isso, ainda tinha umas que estavam queimadas. Nem batata frita esse idiota sabia fazer? Acabei comendo pouco. E o Lucas, ao contrário de mim, acabou comendo metade do pote. Como de costume o meu pai não almoçou em casa. Ele trabalhava demais para sustentar, sozinho, duas crianças vagabundas que nós éramos. Eu, indiretamente, agradecia muito a ele por ter todo esse esforço. Ele nunca deixou que nós trabalhássemos para ajudá-lo a pagar as contas. E em casa tinha internet e tv à cabo disponíveis todo o tempo.

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