Fomos de ônibus pro shopping porque o Lucas é preguiçoso.
Que guri mais chato. São só uns 5 quarteirões da minha casa. Levei um dinheiro
pra comer algo comestível, ao contrário daquela batata frita que mais parecia
uma gororoba. Enquanto aquele faminto reclamava de fome eu jogava no meu
celular. Eu era muito boa com jogos, mas para isso eu não tinha tanta vontade
quanto para meus outros hobbies.
Quando chegamos no shopping fomos logo para área de
alimentação e eu pedi um xis salada sem alface. Nunca gostei de alface, tem
gosto de terra.
- Nossa! Você ainda não gosta de alface?
- Por acaso eu preciso aprender a gostar?
- Não, mas sei lá. Isso me lembra daquela época que nós
brincávamos que éramos policias.
De repente me veio uma sensação nostálgica.
- Porque te lembra isso?
- Por que eu ia almoçar na tua casa muitas dessas vezes e
você sempre pedia tudo que tinha na mesa, menos alface. Eu te achava estranha.
- E ainda não acha?
-Você é estrana olhando de fora. Mas quando conhecem seu
interior sabem o quão boa você pode ser.
- Ai, eu sei que eu sou demais. Não precisa exagerar nos
elogios.
- Toma jeito garota. - disse ele irritado e não era
fingimento.
Fiquei quieta depois dessa. O Lucas sempre foi assim, ele
diz algo e depois se arrepende. Dos seus lábios saem tantos elogios que quando
ele faz uma crítica até parece que é algo bom. Mas ele fica envergonhado depois
de falar. Orgulho-me tanto dele que até parece que é meu irmão mais novo. Foi
aí que eu me lembrei de que ele ia comprar uma bolsa além do seu tênis.
- Vai comprar uma bolsa, não é?
- Sim. Por?
-Vai comprar pra quem? Não me diga que vai jogar pro outro
lado e não me disse?
- Af, se cria. Minha mãe faz aniversário em Junho e preciso
comprar um presente.
- Ata. Que filho querido. - sorri
- Não zoa com a minha cara. - sua cara ficou vermelha - Eu
só quero fazer um agrado.
- Não to te zoando, achei um amor tua iniciativa.
Fomos até a loja de sapatos e compramos um coturno pra ele
(ele não quis tênis de academia nem nada do tipo). Depois fomos comprar a bolsa
da mãe dele. Luc me pediu pra escolher a bolsa que eu achava bonita por que ele
não sabia sobre os gostos das mulheres. Eu vi uma bolsa azul com muitos bolsos
em uma vitrine e meus olhos brilharam. Lucas percebeu e comprou aquela bolsa
para sua mãe dizendo que ela ia amar uma dessas já que ainda não tinha uma
azul. Ele me levou até em casa e depois foi embora. Cheguei eram nove horas da
noite. Acabei caindo na cama. Estava muito exausta, meu dia tinha sido
longo.
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