domingo, 26 de maio de 2013

Nada como falar com gente que quer se aparecer

Era terça-feira, dia de teatro. Eu amava terça, apesar de ser no meio da semana. Dessa vez cheguei tão cedo na escola que ainda não tinham aberto o portão. Só tinha eu e meu colega metido à funkeiro. Tenho uma sorte hein, vou te dizer. Ele veio puxar assunto pela primeira vez desde que o conheço. Começou se apresentando mesmo eu já sabendo o nome o dele pela chamada. Ele era o Yuri. Eu ri porque lembrei que Yuri é como chamam mangás de romance de casais de lésbicas. Ele pensou que eu estava zoando.

- O que foi? Se não gosta do jeito que eu me visto ou eu falo de um jeito engraçado eu não preciso falar com você.

- Não é isso, de verdade. Lembrei-me de uma tirinha de charge que eu vi no jornal de hoje.

Ele pareceu desconfiado, mas mesmo assim continuou:

- Tem um trabalho em história pra semana que vem - ele fez uma pausa - como você é boa nessa matéria e eu estou com as notas abaixo da média... Podia fazer comigo?

- Ah, é claro...

Aquilo foi estranho. Eu nunca gostei de gente que precisava chamar a atenção de todos pra se sentir confortável na sociedade. Mas eu aceitei, eu não podia recusar na cara dele. Afinal, estávamos sozinhos, não havia para onde fugir. Como um super herói sonolento Lucas chegou para me salvar daquele momento constrangedor de dois colegas sem assunto.

O dia passou bem rápido para a minha extrema felicidade. Já era quase hora do teatro e eu estava dando um tchau geral pros meus amigos internautas e pro Lucas. Fechei o note e fui me vestir. Como sempre, uma jeans, um all star e um moletom vermelho. Botei um rímel porque teatro era algo especial e eu podia caprichar um pouco mais na minha cara.

Chegando lá já encontrei com o Renato. Ele é um dos amigos garotos que eu tinha comentado antes. Rê mede 1.60 (ninguém chega perto da minha altura D:), tem cabelo preto com uma franja estilosa de emo e olhos azuis. Ele é lindo. Muitas gurias dão em cima dele mas, ele está apaixonado. Não faço a mínima ideia de quem seja. Ele é muito fofo e tímido. Dá até vontade de apertar. Dei oi e ele veio me abraçar. É só o Renato que me abraça.

Ensaiamos uma peça escrita pela Malu, que também faz teatro. Vamos apresentá-la mês que vem no mesmo dia do meu aniversário. Eu não ligo. Meu aniversário nunca é uma grande coisa de qualquer jeito. Pelo ou menos vou fazer algo que eu gosto em vez das festinhas familiares que eu tanto odeio. Resumindo, minha família não se dá bem.

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